Nos pés sentiam um emaranhado de raízes, e sentiam um pouco de areia nos sapatos. Por dentro, a mata parecia mais densa e fria. O sol tinha sumido por dentre as árvores. Lá não sentiam vento, não sentiam frio, calor, nada. Muito estranho. Tinham andado muito, mas não sentiam cansaço.Até que Tomas olhou para trás e reparou:
- Gente; acho que estamos muito longe!
-Que nada Tomas. Se estivéssemos tão longe nossas pernas doeriam e estaríamos cansados e reclamando por isso.- disse David.
- Então olhem para trás vocês mesmos.- disse Tomas irritado.
Eles olharam para trás e confirmaram. Não viam o lugar por onde entraram. Estavam perdidos e mais incrível (e um tanto assustador) não viram os caminhos por onde percorreram. Parecia que o caminho tinha sido mudado ou transformado.
Olharam para cima e viram que já tinha escurecido. Laura como a mais velha tomou posição de líder e disse:
- Emily você como super higiênica e “esperta”, trouxe seu repelente?
- Trouxe sim. E na mochila com o Tomas tem protetor solar, algumas frutas, salgadinhos, água, suco, uma lanterna alguns potes para pegar frutas caso precise e como eu sou fanática por acampamentos (he he) trouxe uma barraca!- Emily disse.
- Uau! Parece exagerado, mas vamos usar quase tudo, já que teremos que economizar comida. Amanhã arrumaremos tudo e tentaremos voltar.
Abriram a mochila e lá estava tudo o que Emily disse e um pouco mais.Armaram a barraca, passaram repelente acederam a lanterna e beberam um pouco de água cada um, pois precisariam economizar.
No dia seguinte eles acordaram cedo com a luz do sol e viram que David não estava lá. Saíram procura dele gritando por seu nome.Quando saíram da barraca, o encontraram olhando para o caminho percorrido por eles ontem. Para o espanto deles o caminho parecia estar ainda mais diferente do que estava ontem. Agora parecia que só poderiam ter entrado cortando as folhas porque era tudo fechado, e não tinha passagem; a não ser ir em frente.
- Gente eu disse que não queria vir estão vendo agora estamos perdidos não temos muitos mantimentos e parece que o único caminho que existe para nós é ir em frente.- Laura reclamou com medo.
- Calma Laura, agente não sabia que ia dar nisso.- disse Tomas.
- Olhem estamos presos aqui dentro dessa mata desconhecida e estranha, então não vamos ficar brigando se for um para cada lado, aí vamos nos perder de vez. Vamos para dentro da barraca fazer um plano.
Dentro da barraca David deu a idéia de escolherem um líder.
- Eu voto na Laura porque ela é mais velha e sempre pensa no melhor para nós como pensou ontem.- Tomas votou.
- Eu também e pelo mesmo motivo do Tomas. A Lá sempre vai pensar no melhor para nós.- votou Emily.
David também decidiu votar na sua irmã.
- Então está decidido Laura é a líder.- disse David.
- Então, o que acha melhor agente fazer Lá?- disse Emily.
-Como não temos escolha, vamos arrumar a barraca e continuar em frente sempre ao lado do riacho caso precisemos voltar e também caso precisemos de água.
- Está bem líder Laura levantaremos acampamento e partiremos hoje.- disse Tomas.
-Hei, alguém tem relógio? Celular? Ou algo do gênero que tenha horas?-perguntou David.
- Eu tenho um relógio de pulso aqui.-disse Emily.
-Ótimo Emily cuide para que partamos daqui as 8:00h da manhã. OK? Que horas são?-disse Laura.
- São 7:12h. Partiremos as 8:00h.
Arrumaram tudo e partiram mais cedo. Ás 7:56h tinham partido.Andaram muitos e muitos quilômetros e de novo não sentiam cansaço nem dor nas pernas. Até que bateu fome. Olharam o relógio e já eram 13:27h. Armaram a barraca para ficarem protegidos de moscas, mas não viam moscas, na verdade não viram nenhum bicho, nada. A única coisa que viam era mato, planta, e mais mato. Comeram um pouco de salgadinhos e tomaram todo o suco. Depois viram que a garrafa de água estava vazia.
- Lá, a garrafa de água está vazia.- disse David -O que vamos fazer?
- Pegue meu isqueiro de confiança, pegue alguns galhos secos do chão e façam uma fogueira pequena vamos ferver um pouco da água do riacho.
Laura pegou um pouco de água com os potes para pegar frutos, David e Tomas pegaram alguns galhos e Emily ficou guardando a barraca.
Ao voltar, Tomas e David aguardavam Laura com a fogueira já acesa.
- Muito bom trabalho! Emily que horas são agora?
- São 14:00h. Porque?
- Acho melhor acamparmos aqui hoje. Vamos ferver a água depois colocar na garrafa e acampamos. Amanhã bem cedo teremos de partir de novo.- disse Laura.
Depois de ferver a água, Tomas pegou o repelente passou no corpo e entregou a Emily, que fez o mesmo e passou para David que depois de usar passou para Laura.
A barraca já estava pronta e montada, entraram nela e ficaram conversando até ás 19:50h, hora em que acabaram dormindo. Ficaram relembrando de como foram parar naquela mata que parecia fechada e sem fim.
Ao acordarem perceberam que David não estava mais na barraca de novo ao saírem da barraca o encontraram olhando para o caminho percorrido novamente. O caminho tinha sido mudado (ou transformado) novamente, parecia que algum bicho feroz tinha aparecido e danificado a mata. Com medo de ter realmente um bicho feroz, Laura achou melhor erguer acampamento e seguir em frente.
- Emily que horas são agora? – perguntou David.
- Estava esperando que me perguntassem. São 10:24h.
- Puxa! Temos que partir! No caminho pegamos alguns frutos, e alguns galhos para fazer mais uma fogueira.- disse Laura.
Eles andaram, andaram, até que começaram a ver uma terra estranha não parecia ser daquela floresta, parecia um pasto sem nenhum animal. Ao chegarem mais perto viram que para não se tratava de um pasto, mas sim de uma campina cheia de árvores (para o espanto deles).
O sol era quente, mas as árvores davam uma boa sobra.
Eles continuaram até chegar á campina. Ela era fresca e pacífica.Havia algumas árvores de frutas raras, mas no meio da campina havia uma árvore chamada sanguessuga.Sentaram, comeram e beberam um pouco de água o resto dos frutos e do salgadinho que tinha sobrado do dia anterior.
- Que estranho – disse Emily – Uma floresta que leva a uma campina!
- É estranhos mesmo irmãzinha, nunca tinha nem visto e nem imaginado algo assim. Um lugar estranho que leva a um lugar lindo, com frutos e árvores. Começo a pensar que valeu a pena entrar naquela floresta.
- Alguém sabe explicar o que significa “campina”?- perguntou David.
- Campina, David significa um tipo de um campo só que maior e... Sem árvores. Mas este é diferente. É uma campina, mas com árvores!- explicou Tomas.
- Tá bom, Senhor Sabichão. Já entendi.- disse David.
- Pessoal, vamos apanhar alguns frutos por aí e nos encontramos aqui ta legal?- disse Laura.
- Ta bom Lá. Eu vou com você quero falar com você. Está bem? – disse David.
- Está bem. Faz tempo que não conversamos.
Enquanto Laura pegava os frutos, David começou a dizer:
- Lá... sabe... antes de entrarmos aqui brigávamos muito e não se falamos a não ser por brigas...
- É... eu percebi...e não gostava de brigar com você...eu adorava quando brincávamos juntos...bem ...antes de brigarmos...
- Eu admirava e admiro muito você muito...
- Acho que nenhum de nós dois quer brigar de novo.
- Mas Lá... se nós não brigássemos, não seriamos irmãos... irmãos brigam...
- Acho que já brigamos muito! Vamos fazer um acordo, vamos parar de brigar pelo menos dois meses. OK?!
- OK?! Estou cansado de brigar com você! Afinal somos irmãos.
- Vem David. Vamos encontrar o Tomas e a Emi.
Tomas tinha conseguido pegar um pouco de uma espécie de laranja que por dentro tinha uma cor amarronzada. Emily tinha conseguido algumas maças com tonalidades azuis. Laura e David tinham conseguido uns tamarindos arroxeados e algumas uvas muito grandes e um pouco vermelhas. Colocaram tudo na mochila e foram para baixo da sanguessuga.
Sentaram e decidiram experimentar algumas daquelas frutas esquisitas.
Experimentaram as uvas. Elas eram um tanto azedas, mas deliciosas. Depois experimentaram as maças azuis. Eram doces, mas tinham uma aparência um pouco estranhas.
Depois de comerem as maças e as uvas Laura perguntou a Emily:
- Emi, que horas são?
- São 17:58h. Acha melhor acamparmos aqui Lá?
- Eu acho. Vamos armar a barraca e acender a fogueira. Vamos dormir aqui.
Arrumaram tudo e dormiram.
No outro, quando já era bem cedo Laura acordou e começou a acordar os outros. A fogueira tinha se apagado e naquela manhã estava muito frio. Como não tinham roupas quentes e não estava ventando, Laura decidiu que ficassem lá naquele dia e acendessem a fogueira.
Sentaram em volta da fogueira para se aquecerem. Comeram algumas uvas e alguns tamarindos. Como não tinham nada para fazer, Tomas sugeriu que brincassem de alguma coisa e Emily sugeriu pega-pega. Brincaram até se aquecerem bem. Estavam suados e cansados. Beberam um pouco da água do riacho e descansaram. Depois, como não tinham se afastado muito, só para pegar frutos, decidiram explorar a campina, para ver se tinha água potável ou alguns frutos.
- Que tal se agente explorasse a campina? – sugeriu David.
- Ta bom, mas não vamos parar de olhar para trás para não nos perdermos de novo – disse Laura.
Andaram pouco até acharem um pequeno lago de água cristalina e fresca que parecia não precisar ser fervida para beber. Pegaram um pouco da água e colocaram na garrafa.
- Pronto gente. Já temos água na garrafa vamos voltar.- disse Tomas.
Como não se distraíram, acharam facilmente o lugar onde tinham acampado.
Continuaram a brincar, mas não de pega-pega porque ficariam cansados. Brincaram até as 18:35h. Depois dormiram de novo, mas antes David perguntou para Laura:
- Será que a mamãe sente nossa falta Lá?
- Não sei David, não sei.
Depois adormeceram.
Próximo Capitulo
Ao acordarem perceberam que não estava mais frio. Estava um clima gostoso, nem muito frio nem muito calor.
- Bom dia pessoal.- disse Tomas.
- Já está todo mundo de pé?
- Sim Laura. Estamos todos acordados.
- Muito bem, o clima hoje está muito bom. Vamos erguer acampamento e continuar andando. Ou vocês querem comer alguns frutos de café da manhã primeiro?- perguntou Laura.
- Acho melhor comermos primeiro, para ficarmos dispostos. No caminho pegamos mais frutos.- disse Emily.
- Acho que depois dessa experiência, vou ficar sem comer por uns 2 anos. He he.- debochou Tomas.
- Acho que todos nós vamos fazer isso Tomas.- disse Laura.
Comeram algumas daquelas maças azuladas. Depois ergueram acampamento e seguiram em frente. A campina foi ficando para trás e eles começaram a entrar em um bosque fechado devido à copa das árvores. Foram entrando e vendo que as árvores eram frutíferas. Pegaram alguns frutos delas e continuaram andando. Na frente viam algumas folhas caídas e despedaçadas, outras ainda nas árvores, mas quase caindo outras ainda estavam verdes, mas tinham poros abertos. Ao olharem para trás não viram mais a campina, só viam um monte de folhas e árvores e tudo fechado.
Andaram muito até que ficaram com fome. Abriram a mochila e viram que só tinham mais um pouco de tamarindos, algumas maças e dois cachos de uvas, mas tinham bastante frutas que pegaram nesta nova floresta. Até que David sugeriu:
- Pessoal, não é melhor procurarmos água?
- Tem razão Dá. Vamos explorar o lugar para ver se encontramos água. Mas como essa é uma parte nova da floresta é melhor arrumarmos tudo dentro da mochila e seguirmos para procurar água juntos não acham?- disse Laura.
- É sim Laura. Vamos indo.-disse Emily.
Arrumaram tudo e foram seguindo em frente. Procuraram durante horas e mais horas, até que encontraram uma fonte que surgia por de baixo da terra e jorrava água cristalina. Encheram a garrafa e voltaram alguns metros para trás. Armaram a barraca e fizeram a fogueira para ferver a água.
- Pessoal, vamos ferver a água e vamos dormir aqui mesmo – disse Laura.
- Está bem Lá. Meninos vocês já ferveram a água? – perguntou Emily.
- Está quase pronta Emi. Daqui a pouco levamos ai.
- Emily, olha. Ali a uns dois metros tem alguns galhos secos. Pegue traga para nós. Vamos precisar para fazer a próxima fogueira.
- Pode deixar Laura. Estou indo, mas, prometa que não vão sair daqui. Esse lugar é estranho e está sempre mudando.
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